#2 da séria série:

novembro 15, 2011

“Lá em cima do piano tem um copo de veneno …”

Quando acordou, depois da primeira noite juntos, ela levou um susto ao perceber que estava sozinha no quarto dele. Haviam se conhecido no dia anterior, numa deliciosa noite de danças, beijos e cervejas, acabaram juntos e entrelaçados na cama. Mas ela acordou sozinha naquele território completamente desconhecido. Depois de algum tempo se perguntando o que fazer, ele aparece dizendo que tinha ido dormir no outro quarto, pois não conseguia dormir junto com ninguém. Ela, fã número um do famoso abraço de conchinha não conseguiu entender o menino.

O tempo passou. Eles se reencontraram algumas vezes, dividiram colchões, histórias, caminhos e telhados. Mas nunca conseguiram compartilhar o tau abraço de conchinha. Existe entre eles, apesar da intimidade fisica, uma barreira quase intransponível no que diz respeito ao sentimental e pessoal. Ela pensa sempre no quão estranho é a relação dos dois. Apenas uma vez ela conseguiu resistir a ele, e justo nessa vez, foi surpreendida com o mais próximo de um gesto de carinho que ele chegou. No mais, ela não tem o menor controle. É ele chegar perto e todas as possibilidade ao redor desaparecem e fica só ele ali, mais perdido do que ela e sem saber o que fazer com as mãos, tripas e coração. Ele simplesmente não pára pra pensar nessas coisas. Acabam sempre se odiando (ou se gostando?) um pouco mais.

O importante dessa história, é que em um dia qualquer, depois de mais de um ano desde a primeira vez, ele assumiu sem mais nem menos que sentia falta de dormir junto dela, daquele jeito bom que se faz quando existe mais do que sexo, quando existe SINTONIA! Ela, ao saber disso, ficou ansiosa para dormir com ele de conchinha uma noite inteira e quem sabe um pouco mais!

Coisas da vida …

novembro 3, 2011

“É como um balão de gás helio. Solto no céu, chama atenção. Preso na mão é só um enfeite. Deixa voar, quem sabe ele volta pra tua mão.” [Gabito Nunes]

Eu fico pensando em quantas vezes sonhei com o dia que alguém iria me pedir em casamento. Não estranhem, não mudei minha opção de não me casar jamais, ainda tenho meus planos de apenas juntar os trapos e escovas de dentes. Mas nasci nessa sociedade dominadora onde desde pequenas somos instigadas a sonhar com isso, com um cara olhando nos seus olhos e pedindo pra você ser só dele pro resto da vida. Eu sempre imaginei que essas coisas não acontecessem no tempo errado, sempre pensei que pra isso acontecer a resposta tinha que ser SIM. E as circunstâncias tinham que ser perfeitas, caso contrário, o cara não ia pedir, e isso não iria acontecer!

Bom, eis que na fila do cinema, ele me dá um abraço apertado pelas costas, e diz no meu ouvido com uma voz de galã de cinema antigo: “Casa comigo?”. Sim, por medo de me perder pra sempre, ele diz isso e me revela que essas coisas podem sim acontecer no momento errado. A minha resposta é não, obviamente, por N motivos que não cabem aqui dizer! O que eu fico pensando é que se, essa mesma pessoa fizesse esse mesmo pedido desse mesmo jeito, PORÉM no momento certo, esse momento poderia ser o melhor das nossas vidas e a noite poderia acabar com um SIM.

A gente nunca sabe como um sonho vai se realizar …